segunda-feira, 17 de março de 2008

Nepal, surpreendente!


O Nepal foi uma surpresa super agradável. Teríamos perdido esta experiência se não fosse a sugestão de Ines e Angel, um casal de espanhóis que encontramos em Bali. Muito obrigado pela dica!! E desde já recomendamos a todos que visitem o Nepal. Deixamos o país com a certeza de que foi o lugar que mais gostamos em nossa passagem pela Ásia. O Nepal reúne paisagens espetaculares, com as montanhas do Himalaia ao fundo, vilas que parecem ter parado no tempo a 200 anos atrás, com uma cultura muito rica. O país é muito pobre, mas bem mais limpo do que a Índia e com um povo bastante agradável. Existe uma infinidade de possibilidades de trekking, com uma boa infra-estrutura para o turismo.
As fotos 1 a 5 mostram alguns detalhes de Kathmandu, uma cidade caótica, mas muito interessante. A praça principal, chamada Durbar, é espetacular (embora esteja em um estado não muito bom de conservação), com palácios de mais de 300 anos. Nesta praça pudemos ver alguns aspectos da rica e interessante cultura Nepali.

Parte da população do Nepal segue o hinduísmo e outra parte o budismo. Em Kathamndu visitamos templos budistas (fotos 6 a 10) e tivemos contato com a cultura do Tibete. Há cerca de 50 anos a China invadiu o Tibete e anexou-o a seu território. Essa invasão provocou a saída do Dalai Lama (líder espiritual e político do Tibete) para o exílio na cidade de Dharamsala, na Índia. Desde então, a China vem gradualmente acabando com a cultura tibetana. Dos 6000 monastérios que existiam antes da invasão chinesa, restam apenas 6. Além disso, a China vem forçando a migração de chineses para o Tibete. Desde a ocupação, o Dalai Lama vem buscando uma saída pacífica, que permita que o povo tibetano tenha ao menos liberdade de expressão e de religião no Tibete ocupado. Milhares de tibetanos deixaram o país e são hoje refugiados. O Nepal recebeu um grande número de refugiados tibetanos, que puderam construir templos e praticar sua religião e cultura (fotos 11 a 15). Durante as Olimpíadas de Pequim são esperadas várias manifestações de repúdio em relação à maneira como a China trata a questão do Tibete.

Deixando Kathmandu fomos para Pokhara, centro de partidas de trekkings para o Anapurna. Fizemos um trekking de 5 dias, avistando as principais montanhas da região e seus picos com mais de 8000 metros (fotos 16 a 25). É um passeio fantástico, passando por vilas onde só chega à pé ou em lombo de burros. Um dos melhores momentos foi a vista do nascer do sol em um lugar chamado Ponhill, de onde pode se ver o pico Daulagiri. De volta à Pokhara, aproveitei para fazer a barba em um dos salões super decorados do local (foto 26).

Retornamos então à Kathmandu e visitamos a sensacional cidade de Bakhtapur (fotos 27 a 36). Esta talvez seja a cidade com a arquitetura mais bem preservada do Nepal. Suas praças, templos e prédios são espetaculares. Passeio imperdível para quem for ao Nepal.

De volta à Kathmandu e antes de partir de volta para a Índia, visitamos o templo hindu de Pashupatinath. Neste templo são feitas as cremações dos hindus que morrem em Kathmandu (foto 37). É um local bastante interessante e as cremações são totalmente diferentes daquelas que vimos em Bali. Não tem a alegria dos balineses e o clima é bem mais sério. Nesse templo encontramos os famosos sadhus (fotos 38 ao final), que são considerados homens sagrados na cultura hindu. Cada figura! Os da última foto estavam em um papo cabeça.... rssss.
Deixamos então o Nepal, voando para Varanasi na Índia. Que diferença! Contaremos no próximo post. Até lá.
























































































































































































































































































































































































quarta-feira, 12 de março de 2008

Dia especial!

Pessoal, nesse dia 13 é aniversário da Luciana, minha mochileira predileta!
Ela -a pessoa mais sensível que já conheci- é tão especial que comemora dois aniversários...rsss. De presente ela vai ganhar várias montanhas no Himalaia!
Juntos, vamos ver de pertinho os presentes...
Amor acima de tudo... te amo.
Beijos,
Enrico

quinta-feira, 6 de março de 2008

India

Ola a todos,
Estamos na India! Chegamos bem a Nova Delhi. Fizemos um alteracao nos nossos planos e vamos imediatamente para Kathmandu no Nepal e depois retornaremos para terminar a nossa passagem pela India.
Breve colocaremos fotos e comentarios.
Abracos,
Enrico & Luciana

domingo, 2 de março de 2008

Indonesia

A Indonésia é um arquipélago formado por 17 mil ilhas. Vistamos apenas duas delas: Bali e Lombok. Com excessão de Bali, que é hindu, e Flores, católica, a maioria das demais ilhas é islâmica. O hinduísmo de Bali é diferente do praticado na Índia, porque foi adaptado à cultura local.

Bali-
Estavamos muito anciosos e com grande expectativa para conhecer a tão famosa Bali, ilha que nos encantou e desencantou ao mesmo tempo. Chegamos à noite e fomos primeiro a Denpasar, capital da ilha, pois precisavamos resolver alguns problemas de viagem. Por incrível que pareça, a capital não é acostumada com turistas, que preferem as praias e outros locais, e ao visitarmos o mercado de rua logo viramos a atração, pois éramos os únicos estrangeiros no local. Foi nosso primeiro contato com o peculiar povo balinês, que gosta muito de conversar e perguntar sobre tudo da sua vida: de onde você é, onde está hospedado, onde está indo, seu estado conjugal, se tem filhos, etc, etc, etc. Eles têm sempre algo para te vender ou algum serviço a oferecer.

Numa de nossas conversas ficamos sabendo de uma das muitas peculiaridades da ilha, que todos os balineses têm os mesmos nomes. É assim: o primeiro filho ou filha sempre se chama Wayan, o segundo Madee, o terceiro Nyoman, e o quarto Ketut. À partir do quinto os nomes se repetem. Então você tem uma chance em quatro para acertar o nome de qualquer balinês!










De Denpasar seguimos para Sanur, uma praia próxima onde presenciamos uma das coisas mais interessantes da cultura local: o FUNERAL BALINÊS. Quando morrem, os balineses são cremados, pois eles acreditam que só assim a alma se liberta do corpo. O funeral que antecede a cremação é cheio de simbologias e práticas muito interessantes. O corpo é carregado pelos parentes em um estrutura de bambú super decorada. Na frente do cortejo vai uma outra estrutura de madeira no formato de um boi, para afastar os maus espíritos. Em todos os cruzamentos, a estrutura com o corpo é girada várias vezes para que, segundo eles, o espírito fique desorientado e não consiga achar o caminho de volta para onde vivia. O mais interessante é que o funeral não pode ser triste, por isso as pessoas demostram alegria, tem sempre uma banda de gamelões tocando e os turistas são bem vindos porque acrescentam agitação e bagunça ao cortejo. Ao chegar no local da cremação o corpo é transferido para aquele boi de madeira e é então iniciada a queima de tudo, com o uso de dois grandes maçaricos à gás. É uma cena muito impressionante para quem vê pela primeira vez. Terminada a cremação, as cinzas são recolhidas pelos familiares mais próximos e então levadas ao mar. Uma cremação é muito cara para os padrões locais e quanto mais rico o morto ou sua família, maior é a festa. Ficamos tão impressionados com a primeira que decidimos assistir à outras duas, perguntando todo dia se alguém tinha morrido...rss










Em Sanur ficamos apenas dois dias. A praia não era bonita, com uma faixa estreita de areia, repleta de resorts e um público mais velho. De lá seguimos para as praias mais famosas e turísticas da ilha: Kuta, Legian e Seminyak, praias preferidas dos surfistas. Ficamos muito decepcionados com as praias, porque a estreita faixa de areia escura estava muito suja e com a maré alta quase não sobrava praia. É intrigante que Bali tenha toda esta fama, pois as praias não são bonitas. O Brasil tem praias muito mais bonitas do que as de Bali. Talvez a explicação venha dos resorts 5 estrelas, preço baixo e do surf, pois dizem que a ilha tem as ondas mais perfeitas do mundo.

Ficamos alguns dias e de lá seguimos para Ubud, uma vila muito charmosa, conhecida como capital cultural de Bali. Ubud não tem praia e fica na parte central da ilha. É repleta de templos, artesanato local, apresentações de danças típicas, e bons restaurantes, fazendo dela um local muito interessante para vivenciar a cultura balinesa. Lá estão bem representados os famosos batiks (panos tingidos artesanalmente) e sarongs (uma espécie de saia usada por homens e mulheres). Ao redor da vila também estão belos campos e terraços de arroz.






















Em Ubud alugamos um carro (loucura, loucura, loucura pois o trânsito é caótico, com mão inglesa e desrespeito total às regras básicas) e partimos para outra jornada, visitar os vulcões e montanhas na parte central e depois as praias do leste e norte da ilha. Bali tem dois vulcões. Gunung Agung, hoje inativo, é a montanha mais alta de Bali, conhecido como Montanha Mãe, e sagrada para os balineses. O outro vulcão é Gunung Batur, que ainda apresenta sinais de atividade leve, mas sem lava. Fizemos sua escalada com um guia, partindo de madrugada, para ver o nascer do sol, e depois contornando sua cratera antes de descer. Valeu a pena.













Partimos então para as praias de Amed, de areias vulcânicas e pedras. Não são ideiais para os amantes de praia, mas são boas para o megulho. Nestas praias ficam enfileirados centenas de barcos de pesca coloridos, compondo um cenário bonito. De Amed formos para Lovina. Praia muito suja, com esgoto desembocando na água, porcos, galinhas e vacas na areia, além de vendedores muito insistentes em todos os cantos. Mais uma vez ficamos decepcionados com as praias.



Atrás de praias melhores e mais bonitas, fomos então para a ilha de Lombok. Lá visitamos as Gilis, três pequenas ilhas de água turquesa e areia branca. As praias são de coral, o que dificulta um pouco o banho, mas permitem um bom snorkeling. Ficamos em Gili Trawangan, a maior e mais preparada das ilhas, com mais opções de acomodações e uma noite mais agitada. O mal tempo nos fez voltar para Bali. Pegamos um ferry boat em uma viagem de sete horas com mar muito agitado, deixando todos à bordo tensos.




















Como não tínhamos gostado das praias de Bali e o melhor que elas têm a oferecer são as ondas, resolvi (Luciana) aprender a surfar. No primeiro dia de aula, em uma hora e meia, só fiquei em pé 3 vezes e mesmo assim na marola...rssss. Mas depois melhorei muito e é realmente muito boa a sensação da primeira onda em pé e não tem ninguém que não solte um UHUUU!!! Rsss. O meu professor, embora fora de forma, surfava muito. Cheguei a duvidar antes de contratá-lo, até que ele pegou a prancha e me mostrou que sabia do assunto, fazendo até graça em cima da prancha. (p.s. vejam o cardápio de um resturante "brasileiro" que encontramos em Kuta... pode?)

Resumindo, ficamos decepcionados com as praias, mas achamos a parte cultural de Bali realmente interessante. Na nossa avaliação não vale à pena sair do Brasil para conhecer somente as praias de Bali, a não ser que você seja um surfista em busca de boas ondas. Entretanto, se você estiver pelo sudeste asático talvez seja uma boa oportunidade.